Maria Teresa Esteban
A autora logo no início do seu texto fala que quando se pensa em escola
necessariamente pensa-se em avaliação, pois esse é um processo que
frequentemente é objeto de intensos debates tanto dentro como fora da escola. Esse
método envolve desde o corpo discente e docente da escola até os demais
profissionais da equipe pedagógica, sem esquecer-se dos responsáveis pelos
alunos que também estão envolvidos. Ela ainda ressalta que o processo de
avaliação vem sendo acompanhado de propostas oficiais indicando mudanças
curriculares e transformações no sistema de avaliação, gerando dinâmica da sala
de aula, na gestão da escola e na organização do sistema educacional. A
avaliação pode vincular-se aos processos desenvolvidos sob a ótica da
emancipação social, sendo indispensável que as práticas escolares sejam
democratizadas.
Deixa claro que avaliar como tarefa docente, mobiliza corações e mentes,
afeto e razão, desejos e possibilidades. É uma tarefa que dá identidade a
professora, normatiza sua ação, define etapas e procedimentos escolares, media
relações, determina continuidades e rupturas, orienta a prática pedagógica. A
avaliação como tarefa escolar, para estudantes e professora, inscreve-se num
conjunto de práticas sociais que tomam o conhecimento como meio para manipular
e dominar o mundo. Quando se fala em avaliação entre professora e aluno, os
instrumentos e procedimentos para avaliar são por meio de provas, testes
arguições, fichas, exercícios, boletins – com a finalidade de aferir o
conhecimento que o estudante possui. Sabendo que tais instrumentos têm a função
de isolar a subjetividade que constitui a dinâmica escolar.
No primeiro ponto sobre “A professora no espelho” ela diz que o ensino
deve ser controlado e apresentar rendimento, ser eficiente e eficaz. Pois neste
ponto a professora é apresentada como o sujeito que atua sobre os alunos
transformados em objetos de conhecimento no processo avaliativo. A avaliação
remete a uma ação da professora sobre os estudantes, muitas vezes vista como
uma relação de poder. Mas esse procedimento também evoca uma avaliação, às
vezes indireta, da própria professora. A avaliação também permite verificar o
rendimento da professora; o resultado de sua turma indica seu desempenho, que
pode ser medido, produzindo uma classificação na qual ela é exposta. Por isso,
ao avaliar também é avaliada.
No segundo ponto que tem como subtema “Que respostas existem nas
perguntas que eu faço?” a autora faz uma análise sobre a avaliação
classificatória como um processo social profundamente marcado pela dinâmica de
produção de conhecimentos característica das ciências naturais. Onde o processo
avaliativo acompanha o movimento de constituição das ciências sociais
caracterizadas por duas vertentes, a qual na primeira apresenta epistemologia e
metodologias positivas, em que a manipulação do objeto de conhecimento está
associada ao processo de compreensão, ou melhor, de domínio de informações. E a
segunda produz-se pela constituição de estudos da sociedade em que se ressalta
a especificidade do humano. Neste mesmo ponto ela fala que a avaliação
qualitativa, apresentando novos horizontes, traz desafios que podemos enfrentar
vinculando nossa discussão ao movimento em que se tece o
conhecimento-emancipação.
E por último sobre “Desafios para uma prática tecida no cotidiano” ela
pensa na avaliação como uma prática de investigação como uma possibilidade de
distanciamento da avaliação classificatória. Para avaliar, é preciso produzir
instrumentos e procedimentos que nos ajudem a dar voz e visibilidade ao que é
silenciado e apagado. Com muito cuidado, porque a intenção não é melhor
controlar e classificar, mas sim melhor compreender e interagir. Pois a
avaliação não pretende controlar e classificar o rendimento do aluno, nem
tampouco pode ser direta ou indiretamente, usada para controlar e classificar o
rendimento da professora. A avaliação pretende promover uma reflexão que
participe da experiência de ensinar com e de aprender com, tecida coletivamente
em torno de toda a escola para juntos realizarem um trabalho que visa à
ampliação permanente dos conhecimentos.
No entanto, a professora, ao avaliar, é avaliada, num processo coletivo,
cooperativo, solidário, que busca a ampliação permanente da qualidade da
escola, uma escola que tem como preocupação central o conhecimento como resultado
das interações humanas e participantes das buscas humanas por uma vida mais
feliz para todos.
REFERÊNCIA:
ESTEBAN, Maria Teresa. Ser professora: avaliar e
ser avaliada. In: ESTEBAN, Maria Teresa (org). Escola, currículo e avaliação.
2ª. ed. São Paulo, Cortez, 2005, p.13-37.
Esta é uma síntese do texto "Ser professora: avaliar e ser avaliada", da autora ESTEBAN, texto esse proposto pelo professor Joseval para discutirmos sobre pontos importantes ressaltados pela autora, como por exemplo num trecho que ela fala que a professora, ao avaliar, é avaliada, num processo coletivo, cooperativo, solidário, que busca a ampliação permanente da qualidade da escola, uma escola que tem como preocupação central o conhecimento como resultado das interações humanas e participantes das buscas humanas por uma vida mais feliz para todos.
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